Policial é absolvido de acusação de ter matado lavador de carro, no ES

Mãe deixou o Fórum chorando após setença do julgamento (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Pela terceira vez, o policial militar Jefferson Zambalde Torezani foi absolvido da acusação de assassinato do lavador de carros Pedro Nacort Filho. O julgamento começou na tarde desta quinta-feira (1), no Fórum Criminal de Vitória. Por volta das 20h30 foi dada a sentença que absolveu o PM da acusação.
O crime aconteceu em junho de 1999, na Rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória. Três policiais militares eram acusados de participar da execução. Um deles foi condenado e o outro não foi julgado por falta de provas.
A decisão dada nesta quinta-feira não cabe recurso. A defesa de Jefferson conseguiu convencer o júri de que as balas que atingiram a vítima não saíram da arma do policial.
"Esse resultado é uma grande injustiça com o meu filho e com a minha família. Os jurados absolveram um bandido que matou meu filho. Eu não tenho mais nem como recorrer, mas tenho certeza de que Deus irá recorrer por mim", disse a mãe.
 Na época, Pedro, que tinha 26 anos, saiu de casa para comprar cigarro. Maria das Graças se lembra bem da última conversa que teve com o filho.
“Disse para ele ter cuidado. Ele falou para eu não me preocupar, que já voltava. Realmente ele voltou rápido, só não teve direito de chegar”, declarou.
O jovem foi assassinado com 19 tiros. Três policiais militares foram apontados como autores do crime. Um deles, o PM Erivelton de Souza Pereira, conhecido como Diabo Loiro, já foi julgado e condenado a 18 anos de prisão. Ele foi expulso da Corporação e cumpre pena no quartel.
O terceiro suspeito de participar do assassinato de Pedro não foi julgado por falta de provas.
A família de Pedro aguardava há mais de 16 anos a decisão. A mãe dele, a dona de casa Maria das Graças Nacort, estava confiante na condenação de Jefferson. Ela saiu do Fórum desolada após o resultado.
A dona de casa se tornou um dos símbolos da luta contra a violência e pelo fim da impunidade no Espírito Santo. Após a morte do filho, ela fundou a Associação de Mães e Familiares Vítimas da Violência (Amafavv).

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